Perfil: Sheva Alomar

Perfil Sheva Alomar

AFILIAÇÃO: B.S.A.A.

STATUS: Viva

TÍTULOS EM QUE APARECE: Resident Evil 5

DUBLADORES: Karen Dyer

Perfil Sheva AlomarSheva Alomar chegou com um grande papel a cumprir. Desde sempre, na cronologia, se falou sobre a grande parceria entre Chris e Jill, uma união que dataria desde antes do Incidente da Mansão, que deu origem a todo o enredo. Em Resident Evil 5, porém, a Capcom decidiu criar uma nova personagem para acompanhar o bom e velho protagonista.

Além disso, ela veio para cumprir um papel bastante político – que vai além da polêmica relacionada ao racismo que envolveu parte do desenvolvimento do game. Como uma nativa, Sheva está em Kijuju para fazer mais do que apenas lutar pelas armas biológicas. Ali, ela está lutando para salvar seu próprio povo, que como se não bastasse a pobreza e fome, ainda sofre nas mãos de inescrupulosas empresas farmacêuticas.

Nascida em 1986 em uma família pobre do oeste da África. A cidade onde ela viveu toda sua infância era anexa à Umbrella Plant 57, uma unidade da companhia que conduzia trabalhos misteriosos, confidenciais e conhecidos apenas dos oficiais de alta patente que por lá passavam.

A usina, claro, era o coração daquele povoado, com todos os habitantes trabalhando para a Umbrella ou conduzindo negócios relacionados a ela. Isso permitiu que a família Alomar tivesse uma vida relativamente tranquila, apesar da pobreza extrema de todo o país e continente.

História semelhante

A história da Umbrella Plant 57 é semelhante à de Raccoon City e seu destino, também. Em 1993, um vazamento viral atingiu a todos os trabalhadores e causou a destruição completa da unidade. Para esconder o acontecimento como um simples acidente, a empresa enviou times de suas Forças Especiais para acabar com os familiares dos mortos e qualquer habitante do local.

Enquanto os soldados seguiam de casa em casa executando pessoas, a pequena Sheva conseguiu fugir com a ajuda de um vizinho e se esconder da morte. Dois dias depois, ela foi adotada pelo tio, que possuía interesses que iam além do cuidado familiar. Ele pretendia chantagear a Umbrella com uma das poucas sobreviventes do local, recebendo algum tipo de compensação financeira. A empresa, porém, não se interessou pela criança.

Com os planos de seu novo protetor dando errado, Sheva acabou sendo deixada de lado pelo tio, que tinha sua própria família para cuidar. Mal tratada e faminta, ela decide fugir de casa e tentar a própria sorte na Savana, um local que, naquele momento, parecia menos hostil que sua própria casa.

Perfil Sheva Alomar

A tatuagem de Sheva, que significa “herói” em suaíli.

À beira da morte, ela foi encontrada por uma nova família, que deu a ela um lugar para morar e comida. Tratava-se de um grupo guerrilheiro, um time bastante adequado ao ódio que começava a nascer em Sheva enquanto a verdade sobre a morte dos pais começava a fazer sentido em sua cabeça infantil.

O alvo, nesse caso, não era apenas a Umbrella, mas também o governo corrupto que permitia a continuidade das condições desumanas no país e a operação de companhias inescrupulosas que apenas exploravam o povo. A guerrilha se aproveitou da melhor forma possível desse sentimento, oferecendo treinamento e ganhando mais uma integrante motivada.

Moral em primeiro lugar

Após sete anos de luta, Sheva foi contatada pelo governo norte-americano com uma proposta. Sem que ela soubesse, o grupo guerrilheiro do qual fazia parte estava tratando com a Umbrella para a compra de um lote de armas biológicas. A proposta era simples: entregar o funcionário responsável pelo negócio e os rebeldes seriam absolvidos por todos os crimes cometidos.

Por mais que soubesse que, ao fazer isso, se veria mais uma vez sem um lar, Sheva foi em frente. A missão foi um sucesso e Sheva conseguiu entregar para os EUA mais um importante recurso na luta contra a empresa farmacêutica, que em 2000 estava apenas começando. A lealdade da moça também foi recompensada e o governo ofereceu a ela uma nova vida na América.

Perfil Sheva Alomar

Lá, ela finalmente pôde colocar sua inteligência e habilidade à prova. Aprendendo inglês e ficando fluente em apenas seis meses, ela se formou com honras na universidade mas logo voltou ao combate, sendo recrutada pelo mesmo agente que a contatou anos antes. Ela se tornaria uma das primeiras oficiais da B.S.A.A., a recém-formada Aliança de Avaliação de Segurança em Bioterrorismo.

Sob a tutela de Josh Stone, ela passou por oito meses de treinamento intensivo. Escolheu o taijutsu – uma arte marcial criada por samurais e voltada para lutas sem armas – e obteve excelência em treinos de tiros, com precisão extraordinária. Mesmo com pouco tempo de corporação, ela acabou sendo apontada como uma das principais oficiais da sucursal da B.S.A.A. no oeste da África.

A nova parceira

Em 2009, Sheva é apontada pelo grupo como a parceira de Chris Redfield na quebra de uma negociação de armas biológicas que estaria sendo promovida pelo traficante Ricardo Irving na Zona Autônoma de Kijuju. As razões para a escolha, porém, vão muito além das habilidades de combate excepcionais da moça.

Além de conhecer bem a região, ela era uma nativa. O fator tranquilizaria os governantes e habitantes de Kijuju, que eram avessos a estrangeiros, principalmente quando a questão envolvia incursões militares e combates. A missão, ainda possuía um fator pessoal para a agente, já que o próprio povo estava na mira das armas biológicas.

Perfil Sheva Alomar

Logo ao chegarem, porém, Chris e Sheva descobrem que a questão vai muito além de uma negociação armamentícia. Ao encontrarem o contato da missão, Reynard Fisher, eles descobrem que Irving também pode estar envolvido em um projeto apocalíptico, com uso de uma nova arma chamada Uroboros.

A sequência de imagens que veio depois foi impressionante até mesmo para os dois agentes já experientes. Eles presenciaram os habitantes de Kijuju completamente transformados em seres violentos, que capturaram Fisher e o executaram em frente a uma multidão. O alvo seguinte foram os dois agentes, que tiveram de lutar pelas próprias vidas.

Chris e Sheva sobreviviam como dava enquanto seguiam para o local marcado para a negociação, onde se encontrariam com o Time Alpha da B.S.A.A. para capturar Irving. A missão, que parecia simples, tomou contornos ainda mais sombrios quando a equipe foi dizimada por completo em uma ação que pareceu uma emboscada.

Indo além do dever

Enquanto a luta continuava e mais e mais agentes da B.S.A.A. eram assassinados, a dupla finalmente consegue se aproximar da captura de Irving. O criminoso, porém, é auxiliado por uma misteriosa moça mascarada, mas deixa para trás documentos importantes para Chris. Nos arquivos, ele descobre que sua velha parceira, Jill Valentine, poderia ainda estar viva, apesar de ter sido dado como morta tantos anos antes.

Mas não era apenas a ameaça que se tornava cada vez maior. Enquanto enfrentavam todos os perigos do mundo, a cumplicidade entre Chris e Sheva também crescia. Os dois recebem ordens de se retirar de Kijuju mas decidem continuar por conta própria, seguindo em frente em busca de Irving e da verdade sobre Jill.

Nesse processo, recebem a ajuda de Josh, o velho mentor de Sheva. Eles seguem por uma velha refinaria nos arredores de Kijuju e, finalmente, conseguem encurralar o traficante, que infecta a si mesmo com o vírus Uroboros. Cabe a eles enfrentarem o recém-criado monstro, que acaba sendo derrotado e entrega informações importantes sobre o que realmente está acontecendo ali.

Não se tratava apenas de uma negociação de armas biológicas. Ricardo Irving estava envolvido com a Tricell, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, em um plano para destruição do mundo orquestrado por Albert Wesker, um antigo inimigo de Chris. A trama, que nunca pareceu simples, havia acabado de ganhar contornos muito mais amplos.

Capaz de algo muito maior

A trama do vilão era megalomaníaca. A humanidade estava condenada e deveria ser completamente varrida da face da terra, sendo substituída por uma raça superior. O filtro para isso seria, justamente, o Uroboros, que selecionaria os imunes e mataria os impuros. E tudo estava para começar em algumas horas, com o disparo de um míssil.

Ao confrontarem o inimigo, a dupla descobre que a mulher mascara que estava minando todos os seus passos eram ninguém menos que a própria Jill, controlada por Wesker por meio de um dispositivo anexado ao peito. Após uma intensa batalha, Chris e Sheva conseguem acabar com o domínio da velha parceira, que retorna à consciência bastante debilitada.

Mesmo fraca, ela explica a eles a única forma de combater os poderes sobrehumanos do vilão: dar a ele uma superdose do vírus que, justamente, o deixava tão forte. O dever fala mais alto e a dupla deixa a ex-S.T.A.R.S. para trás, seguindo Wesker e Excella até um navio de onde o ataque com o Uroboros seria lançado.

Por pouco, a dupla consegue impedir o plano. O jato que carregava o torpedo é derrubado em um vulcão nas proximidades e Wesker, já ferido e sem opção, acaba infectando-se com o Uroboros. Com o poder adquirido, foi-se a sanidade dele e o megalomaníaco vilão se tornou ainda mais louco.

Como durante todo o tempo, Sheva permanece ao lado de Chris nesse combate. A luta, aqui, também conta com a ajuda de Josh e Jill, que aparecem a bordo de um helicóptero e trazem lançadores de torpedos, que dão um fim definitido a Albert Wesker. Para Sheva, a missão estava terminada e seu povo, pelo menos por enquanto, estava mais uma vez livre de ameaças.

Permanência

Após o incidente em Kijuju, Sheva permaneceu na África para ajudar a B.S.A.A. na contenção do que havia restado de armas biológicas no local. A amizade com Chris permaneceu, mesmo que a distância. Os dois não voltariam a trabalhar juntos em missão.

Em 2012, uma desastrosa missão em Edonia, na Europa, resultaria na morte de toda a equipe de Chris e no desaparecimento do agente. Na ocasião, Sheva entra em contato com Piers Nivans e oferece o auxílio de todo o braço africano da B.S.A.A. na operação de busca pelo capitão e velho amigo. Até agora, ela não apareceu novamente em um game da série.


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Autor: Felipe Demartini Ver todos os posts de
Felipe Demartini (Evil Shady) trabalha com sites de Resident Evil desde 2000. É jornalista e descobriu nos games a melhor combinação entre trabalho e diversão.

19 Comentários em "Perfil: Sheva Alomar"

  1. lucius 27/07/2013 at 23:55 -

    nem sabia que a Sheva tinha entrado em contato com o Piers.

    Bom infelizmente ela não volta mais como Helena no 6 que também não deve voltar, além dos antigos que todos já conhecem

  2. Davis Abreu 28/07/2013 at 00:33 -

    Não sabia que a história da Sheva era tão triste, nunca me interessei em procurar saber da história, até mesmo de alguns personagens da franquia.
    Ficou muito bom o perfil, mesmo não tendo muuito o que contar, achei um perfil digno.

  3. Leonardo 28/07/2013 at 00:49 -

    Uns dos personagens mais injustiçados da história, a “burrice artificial” dela fez com que muitos jogadores odiassem ela, mas eu sempre gostei dela e sempre curti muito a personagem. Ótimo trabalho, Shady!

    • MathRE 28/07/2013 at 01:28 -

      Não poderia ter dito melhor =)

  4. Victor Breno 28/07/2013 at 02:35 -

    A minha impressão ao terminar RE5 é de o jogo ser curto. Não me aproximei tanto de Chris e Sheva como do Leon em RE4, no qual eu fui viciado.
    Meio que, fiquei frustrado esperando uma super experiência (sonhei muito em jogar esse jogo) e não conseguindo muito do que esperava em satisfação.
    Pelos que todos diziam eu achava que ia odiar a Sheva também, mas até que ela me salvou bastante no começo (rs) e ela é bem útil às vezes, sendo poucos os momentos em que ela estragou tudo, pra não dizer coisa pior, rs.
    Legal saber mais sobre ela, essas informações estão todas no File sobre ela do jogo (que ainda pretendo ler, não só o dela como os outros) ou há outras fontes?

    • Felipe Demartini 28/07/2013 at 12:24 -

      A maioria das coisas está nos files, mas existem outras fontes tb, como livros, artbooks e etc.

  5. Alexandre FC 28/07/2013 at 11:06 -

    Excelente artigo. Muitos não dão valor a Sheeva, devido aquelas insinuações sobre racismo no jogo. Acham que ela é apenas um tapa buraco da Capcom usada para desviar os olhares dos que levantaram estas questões raciais. Mas no decorrer da historia vemos ela é fundamental para a vitoria sobre o Wesker.

  6. yuri 28/07/2013 at 14:11 -

    Eu gostei da sheva, ela não ficou apagada na luta chris x wesker, a inteligencia artificial dela é razoável a ponto dela não te deixar morrer caso ela esteja em cover.

  7. José Mac 28/07/2013 at 19:57 -

    Sheva, burrinha, mas mt simpática, rs. Conquistou todo mundo.
    Uma dúvida: de onde consta essa informação de que ela entrou em contato com Piers?

    • Felipe Demartini 28/07/2013 at 20:04 -

      Um dos files de RE6 tem o email que ela enviou ao Piers.

      • José Mac 28/07/2013 at 20:46 -

        Putz, nem sabia dessa, rs. Faltam 6 files ainda pra liberar no jogo, e esse deve ser um…
        Odeio ter que procurar medalhinha pra liberar file! saudades de RE no tempo em que o file estava lá bonitinho em cima da mesa pra vc ler…

        • Sokholov 28/07/2013 at 21:33 -

          Nem eu sabia, tbm tenho saudades dos files esperando em cima de mesas e etc…
          ———-
          Mas o motivo foi parabenir mais este ótimo artigo, bom trabalho Demartini! E não sei por que, mas recentemente quando entro no SAC sempre fico com aquele ar de desânimo, sempre lembro que daqui alguns meses esse site ao qual eu contribui com duvidas e questões medíocres vai acabar, trágico…

  8. Alessandro 29/07/2013 at 22:07 -

    Uma pena a Sheva não ter voltado em outro jogo, gostei dela, apesar de algumas vezes passar um pouco de raiva com ela, rsrs!

  9. THAELANDEZ 01/08/2013 at 11:21 -

    sou muito fã do resident 5 e sempre gostei muito das agilidades da sheva muito rapida e dinamica mas so que no brasil foi muito contestado por que as pessoas nao leram as informacoes e desenvolvimentos que chegou ao acontecimento do resident 5 que tambem foi culpa da capcom nao ter traduzido pra que as pessoas tivese informacao necesaria pra pode gostar do jogo por isso que la fora teve mas sussesso que no brasil por que eles entendiam todo o henredo do jogo e gostarao bastante com dlc baratas e que se descobre coisas ate hoje no jogo e sobre o jogo eu sempre entedi a historia do jogo por isso que pra mim eo melhor e meus parabens por essa biografia completa da sheva esta perfeita valeu felipe

  10. RogueaVampira 01/08/2013 at 11:51 -

    A Sheva ajudou bastante enquanto eu me acostumava com a jogabilidade de RE 5, mas assim que me acostumei ela me causou muito aborrecimento. Por exemplo, enquanto você quer gerenciar o espaço para armas e munições e para isso descarta algumas munições de pistola para ter mais espaço…aí, vem a Sheva e lhe dá mais munição de pistola, sendo que o meu desejo é me livrar de munição de pistola, kkkk. Maldita Sheva, mal consigo ver seus movimentos!
    E eu também não sabia que até a Sheva foi citada em RE 6…e procurando saber do sumiço do Chris(!). Pelo visto RE 6 foi completamente “anti-Jill”, já que Claire também teve o seu nome ao menos citado no jogo. A propósito, ótimo artigo, Felipe!

  11. nome 01/08/2013 at 18:30 -

    Se tem uma personagem que eu mais amo na franquia é a Sheva. Fico triste por saber que ela não vai voltar nos jogos.
    Nem falem mal dos atos dela no jogo, porque mesmo sendo atrapalhada eu me divirto muito bem sozinho com ela. Jogar com a IA da Sheva é muito engraçado. Tem que jogar com ela na batalha final do Wesker com rocket launcher infinite, a mulher não para!
    Sem a Sheva, o jogo seria horrivel. Já disse e repito: prefiro bem mais a Sheva no RE5 do que o Barry.

  12. Willian Carvalho 01/08/2013 at 22:00 -

    Eu meio que ri quando li a parte da ótima pontaria da Sheva. Mas depois eu fui pensar e reparei que somente quem tem uma ótima pontaria pode usar um arco em batalha! Esse é o último perfil do SAC, né Demartini?

    • Felipe Demartini 01/08/2013 at 22:03 -

      Não sei. Capaz que eu escreva mais um.

  13. JoãoLuciano 04/08/2013 at 21:09 -

    Bom, Eu acho uma personagem “cinza”. Acho que ela foi “racistas-service”, com estória meio cliche.. sei la não ví nada de mais nela, se tira-la do jogo ele flui da mesma forma.
    Mas tenho que confessar, que o bot dela é muito burro.. direto morria no Professional por causa dela.. chegava a ser até engraçado ela, gastando spray e etc…