“I have this.” A frase, proferida por Barry no primeiro Resident Evil, é conhecida por qualquer fã da série que se preze. A dublagem do primeiro game entrou para a história dos games devido à sua comicidade, mas não é a única a ser lembrada como sinônimo de texto canastrão e, praticamente, cômico. O quinto capítulo da série também guarda algumas frases muito lembradas (e parodiadas) pelos aficionados.
O trecho em questão aparece quase no final do game, quando Albert Wesker está prestes a concluir seus planos. Confrontado por Chris e Sheva, os únicos capazes de impedir sua vitória, o vilão começa um discurso digno de histórias em quadrinhos. Em menos de cinco minutos, o vírus Uroboros seria liberado na atmosfera da Terra, garantindo a saturação completa do globo.
Não é preciso dizer que, como todo super-vilão, Wesker não obteve sucesso em seus objetivos. A cena em que a saturação é dada como inevitável, porém, entrou para o console da série, e está nos corações dos fãs com mais intensidade do que o próprio plano que originou a sentença.
O plano de saturação global
Ao longo de sua vida, Wesker obteve um histórico notável de conquistas. Educado brilhantemente na infância, ele passou a ocupar um alto cargo na Umbrella Corporation ainda no final de sua adolescência e, ao lado de William Birkin, foi o responsável por alguns dos maiores avanços da companhia no campo das armas biológicas. Entre suas descobertas, estão grande parte das pesquisas no Projeto Tyrant e a descoberta do G-Virus, trabalho que mais tarde seria completado por seu amigo e rival.
Mal sabia Wesker que seu brilhantismo e excelência eram resultados não apenas de seu próprio intelecto e vontade, mas também dos desígnios de Ozwell E. Spencer, fundador da Umbrella. Albert foi um dos únicos remanescentes do projeto Wesker Children, e um dos mais proeminentes para o objetivo final do plano: criar o modelo para uma nova raça de seres humanos superiores, que povoariam a Terra e teriam o próprio Spencer como rei.
Acreditando estar agindo de acordo com seus próprios desígnios, Wesker descobre sobre o projeto Wesker Children em 2006 e, após assassinar Spencer, resolve tomar para si os planos de seu “pai”. Acreditando que o velho não seria digno o bastante para assumir como líder supremo de um novo mundo, o vilão desenvolve um novo plano para levar a cabo a renovação completa da raça humana.
Wesker então passa a se relacionar com Excella Gionne, diretor da divisão africana da empresa farmacêutica Tricell Inc. Ele usa sua influência sobre a moça para desenvolver o vírus Uroboros, com dois objetivos: acelerar a evolução daqueles com genética adequada, e erradicar da face da terra os humanos “inferiores”, cujos organismos não fossem capazes de coexistir em harmonia com o vírus.
O plano consistia em utilizar um jato para alcançar a camada atmosférica da Terra e liberar o vírus, fazendo com que ele se espalhasse por toda a superfície do planeta. Já em pleno voo, Wesker é confrontado por Chris e Sheva, que derrubam o veículo em um vulcão e colocam um fim à ideia do vilão. Após se fundir ao Uroboros e mostrar sua ideia para uma humanidade avançada, o ex-líder dos S.T.A.R.S. é morto pela dupla de heróis.
Mundo “superior”
O que aconteceria caso os planos de Wesker fossem bem sucedidos, e o Uroboros realmente fosse liberado na atmosfera? De acordo com a densidade do material, seu espalhamento pelo mundo poderia levar desde algumas horas até muitos dias. O primeiro efeito seria a transformação de uma parte esmagadora da humanidade em criaturas muito semelhantes às enfrentadas por Chris e Sheva durante Resident Evil 5.
Quanto aos humanos “resistentes” ao vírus, dois efeitos são possíveis: o primeiro deles é a transformação de algumas pessoas em criaturas semelhantes ao próprio Wesker no final de Resident Evil 5. Apesar de parecer em total controle de seu corpo, há controvérsias em relação a até que ponto ele está realmente ciente dos movimentos de seus tentáculos, principalmente devido à total perda de sua sanidade mental durante o processo de fusão. De qualquer forma, aqueles que passassem por este tipo de mutação estariam deformados para sempre.
O segundo efeito é a total imunidade de um pequeno grupo de seres humanos aos efeitos do Uroboros. É sabido que nenhum tipo de vírus existente hoje é efetivo contra 100% da humanidade, por isso, não há razões para não imaginar que o mesmo não se aplicaria ao utilizado por Wesker.
Esse pensamento nos leva a um ponto que talvez não tenha sido pensado pelo vilão: o assassinato de sobreviventes por meio dos “não-escolhidos”. Como vimos no game, um ser infectado é uma máquina de destruição fora de controle, que aglutina a tudo e todos em seu caminho, aumentando cada vez mais seu tamanho. Como nem todo mundo possui as mesmas habilidades de combate que os militares do jogo, uma boa parcela da já pequena fatia dos “seres superiores” seria completamente dizimada.
Outro fator que pode ser considerado é a possibilidade de Chris ou Sheva estarem no grupo destes seres especiais sonhados por Wesker. Com sua inteligência, provavelmente o vilão teria se certificado, de alguma forma, que nenhum de seus algozes se encaixaria nessa categoria, mas nunca se sabe. Caso Chris, por exemplo, sofresse a mesma mutação passada por Wesker, o resultado poderia ser nada interessante para o vilão.
Outra possibilidade é a de Chris ou Sheva serem completamente imunes ao Uroboros. Nesse caso, a batalha continuaria, e eles apenas sucumbiriam à total falta de recursos do mundo, ou assassinados por um infectado qualquer. Uma busca no Google por “Chris uroboros”, porém, mostra um resultado bem menos convencional da batalha entre o herói e os pequenos tentáculos negros.
De maneira geral, o mundo estaria envolvido em uma guerra entre infectados e imunes, uma batalha que duraria um bom tempo entre os “escolhidos” e aqueles completamente dominados, com os imunes no meio disso tudo. O reinado de Wesker seria exercido em um planeta completamente destruído e ele governaria semicriaturas, muitas sem pleno controle de seus atos ou pensamentos.
Em meio a uma possível rebelião dos imunes, Wesker provavelmente trabalharia no repovoamento do planeta, por meio de cruzamento entre as criaturas. Se o propósito do vilão era a criação de uma nova raça de humanos, em moldes pelo menos parecidos dos pensados por Spencer no advento do projeto Wesker Children, o resultado da utilização do vírus Uroboros não poderia afastá-lo mais desse ideal.
* “E se…” é uma série de artigos que analisa e especula os rumos que a série levaria caso acontecimentos da trama, ou do mercado de games, não tivessem ocorrido.
Gostei do “E se…”, revendo os eventos dos jogos, mostrando outras instâncias. Às vezes nos acostumamos a ver apenas os eventos como estes aparecem nos jogos, de forma que ignoramos as diversas possibilidades! Grande contribuição. Parabéns.
Caramba, ia ser uma luta e tanto entre o “Super Wesker e o Super Chris”!
Bom, pelo que eu to vendo, o mundo seria mais de maluco assassino do que propriamente de “raça superiora”, não é?
Adorei o e se, so acho que você não devia ter desconsiderado a possibilidade do nascimento de super-humanos como Wesker, afinal de contas ele nunca disse quais efeitos seriam sofridos pelos “escolhidos”apos contato com o uroboros
Shady, uma pergunta que está me deixando louco ! Se o Wesker tem o T-VIRUS no corpo no Re 1 e Code X Veronica, como que no Resident Evil 5 ele esta com o Uruboros/LasPlagas no corpo ? Ele se infectou com os dois virus ou o que ? E o filho dele, será imune ao T-virus e a Las Plagas ou só contra o T-virus ?
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Essa Capcom esta errando no roteiro rsrsrs
O Wesker só é infectado com o Uroboros no final do game, e não tem Las Plagas no corpo. O vírus dele, na verdade, nem é o T, é um experimental criado pelo Birkin .
O Wesker é o maior vilão de todos, pensa bem, ele é super inteligente, super mal, super forte, mata geral, apanha geral e ainda sim fica com aquele cabelo sempre arrumado!!! E -Evil Shady eu comecei a ver o site hj, e ja é o meu preferido :D!!!!
Interesante demais esta matéria 🙂
gente e os anticorpos da jill nao servem como imunidade
Gostei muito desse “E se…”
Gostaria de ver um “E se Albert Wesker não tivesse morrido em RE5.”