A grande virada na franquia, representada principalmente por Resident Evil 4, trouxe uma jogabilidade muito mais fluída e diversos elementos de ação para a série. Tal aspecto também é o mais criticado pelos fãs puristas, que lamentam a perda das raízes de terror da saga da Capcom. Entre as previsões mais pessimistas, há os que chegam a afirmar que o próximo passo para a marca é assumir de vez sua faceta de jogo de ação e se transformar em um game de tiro em primeira pessoa.
Mal sabem eles que, em sua ideia original, o primeiro Resident Evil era sim um FPS, sigla em inglês para first person shooter. A ideia foi abandonada pouco depois devido à demissão de alguns membros principais da equipe de desenvolvimento e por vontade de Shinji Mikami, que não estava gostando do rumo para o qual o game estava seguindo.
O conceito do game era bastante óbvio. A sensação de imersão no jogador seria causada pela colocação dele nos olhos do próprio personagem principal, enquanto as possibilidades trazidas pelo primeiro jogo tridimensional da Capcom permitiriam que o usuário caminhasse e explorasse os cenários como quisesse. Em meados de 1995, cinco membros faziam parte da equipe de produção de Resident Evil.
Após a saída de dois produtores, uma versão demo foi produzida pelos remanescentes. Ao jogar o título, Mikami percebeu que aquele não era um game satisfatório e decidiu adotar os ângulos fixos de câmera. Na opinião dele, isso tornaria o game ainda mais assustador, um fato que ficou comprovado em testes posteriores, realizados pela imprensa especializada ou em eventos abertos ao público. A versão FPS de Resident Evil acabou descartada e tem a imagem ao lado como única divulgada.
Um pouco diferentes…
A franquia já trilhou seu caminho pelo mundo dos jogos de tiro em primeira pessoa. Nenhuma das experiências, porém, pode ser realmente considerada como um shooter em primeira pessoa autêntico. Isso se deve a vários motivos, desde a inclusão de elementos que não se encaixaram no gênero ou pela adição de outros que transformaram um suposto game de tiro em algo completamente diferente.
O termo FPS nos remete rapidamente a Call of Duty, uma das principais franquias da atual indústria de games. Resident Evil Survivor, o primeiro a adotar uma perspectiva em primeira pessoa, porém, está longe de ser incluso na mesma categoria que a série da Activision. O título é, basicamente, o mesmo RE de sempre, apenas com uma mudança na forma como o jogador observa e interage com os cenários. Aqui, não temos um shooter, temos um survival horror.
O mesmo vale para Resident Evil: The Umbrella Chronicles e The Darkside Chronicles, games que adquiriram ares de arcade devido à movimentação on rails e à grande quantidade de itens escondidos pelos cenários. Estamos observando a ação em primeira pessoa, sim, e estamos dando muitos tiros, também. Mas, simplesmente, não estamos jogando um FPS.
Entre Resident Evil: Survivor 2: CODE: Veronica e Resident Evil: Dead Aim, apenas o primeiro pode ser considerado o exemplar mais próximo de um FPS na franquia. Por ter nascido como um game de fliperama, o título tem a ação como elemento principal, mas não requer precisão ou agilidade nos disparos. Já a aventura de Bruce e Fong Ling, com sua visão que alterna entre a primeira e terceira pessoas, passa longe de caminhar ao lado de Call of Duty.
Por definição, games de tiro em primeira pessoa têm o combate como foco praticamente exclusivo. A jogabilidade é centrada na manipulação de armas e na rapidez e precisão dos disparos, exigindo não apenas mira mas também movimentos ágeis por parte do jogador, que está em total controle do personagem. Os títulos dificilmente contam com quaisquer outro elemento em seu cerne. Tais conceitos básicos não podem ser usados para definir os títulos Resident Evil em primeira pessoa.
Dois caminhos a seguir
Para explorar o tema, vamos partir de dois princípios: como seria a antiga jogabilidade de Resident Evil aplicada a um game de tiro em primeira pessoa, ou como ficaria o novo estilo da série transformado em um FPS. Vamos começar pelo primeiro.
A beleza acima é Land of the Dead: Road to Fiddler’s Green, título lançado em 2005 e baseado no filme “Terra dos Mortos”, de George Romero. No título, o jogador se vê em meio ao apocalipse zumbi que é tema dos filmes do diretor e deve lutar pela própria sobrevivência. Os zumbis são lentos e não atacam em grandes quantidades, assim como nos primeiros Resident Evil.
O problema nesse tipo de abordagem está, justamente, na dinâmica de um jogo de tiro em primeira pessoa. Nos jogos originais da franquia da Capcom, a ameaça zumbi residia principalmente nos movimentos travados do protagonista, que se movia pelos cenários quase como um tanque, e na câmera fixa, que restringe o campo de visão e impede que o usuário observe o que está a frente. Nada disso pode ser aplicado a um FPS, e a agilidade permite que diversos zumbis sejam mortos à distância sem constituir perigo real.
Em Road to Fiddler’s Green, a baixa velocidade dos mortos-vivos gera grandes vazios de inimigos. Nesses momentos, tudo o que resta é vasculhar cada canto do cenário em busca de munição, abrindo todas as gavetas e explorando todos os armários até que mais alguns zumbis venham até você. Em Resident Evil, a coisa funcionaria basicamente da mesma forma.
Ainda, a precisão dos disparos faz com que um tiro na cabeça seja disparado sem nenhum esforço. E como todos sabem, os desmortos morrem imediatamente com um disparo desse tipo. De forma a trazer algum tipo de desafio, os desenvolvedores da Capcom teriam que acabar com uma das poucas tradições do folclore dos mortos-vivos, gerando uma descaracterização destes monstros.
E então, temos um segundo exemplo, um Resident Evil da nova geração, em primeira pessoa:
Correria, gritaria e tiroteio. Inimigos atacando por todos os lados, tentando cercar o jogador e muitos, muitos disparos. Munição abundante, parceiros tão envolvidos no combate quanto o próprio jogador e destruidores chefes de fase. Isso é Left 4 Dead, game que permite pensar mais ou menos como Resident Evil 5 seria se fosse transformado em um FPS.
O caráter de exploração de cenários seria extinguido permanentemente e, junto com ele, iria embora o pouco de terror que resta. Mas o game se tornaria, essencialmente, um shooter, no qual a ação seria o único elemento de jogabilidade e o jogador deveria ser rápido no gatilho pra conseguir sobreviver à horda de Majinis.
No final das contas, seja qual fosse a “era” na qual o FPS fosse aplicado, Resident Evil perderia boa parte de seus atrativos. Toda a profundidade do game acabaria resumida apenas à trama e, com certeza, a série da Capcom não seria capaz de se diferenciar em meio a um mar de títulos muito parecidos que chegam ao mercado todas as semanas.
sou fa desse tipo de camera.
e vc shady?
Gosto bastante, mas não acho que funcione em Resident Evil.
Como você citou -Evil Shady- também não acho que funcione na série RE.
A unica coisa que evitou de GS1 de se tornar um titulo completo foi justamente o uso do FPS.
Sempre fico feliz em lembrar que ORC é TPS.
no facebook a capcom deu mais um pedaço da surpresa
I can’t even think Resident Evil 6 will be an FPS, it’s disaster if happens.
Excelente matéria Evil Shady! Precisa ser divulgada mais, para calar a boca de uma maioria ai que irrita… =)
Me tira uma dúvida, Evil Shady, se chegassem a lançar por algum milagre a série Chronicles pra XBox 360, a jogabilidade seria exatamente a mesma de resident Dead Aim?
Calma aeaeaeae,Shady,só acho que faltou 2 partes na materia,Resident Evil Antigo Na Era Moderna Como FPS e Resident Evil Novo Na Era Antiga Como FPS.No Resident Evil Antigo Na Era Moderna Como FPS,Dead Island serviria muito bem,quest,pesquisas,observações,e muitos cenários.
Se fosse pra fazer RE em FPS que pelo menos fosse em estilo MOH com graficos e jogabilidade igual e ca entre nos RESURVIVOR os graficos são horriveis mas concordo com EvilShady FPS naum combina com REVIL.
Não querendo parecer um fãn exagerado da antiga, mais o problema da capcom é, não entender que a maioria dos fãs gostariam de ver remakes da serie com graficos atuais, já a jogabilidade talvez seja o motivo para não se fazer os remakes de RE 2 e RE 3, já pensou RE3 igual ao RE 5, teria fãs do game querendo matar o pessoal da capcom, não adianta RE remake para gamecube talvez tenha sido o melhor game da serie mais dead space já provou terceira pessoa pode ser tri para RE 2eRE 3 remake. em algum momento eles serão feito como e quando não sabemos, já a capcom fazer por exemplo RE 6 FPS seria realmente um survival horror jogar ele e sobreviver seria muito dificil, ai sim assassinato do game que já vaga como um zumbi. to brincando…ñ to ñ.
nossa assassinato de um zumbi. foi mal mas da pra enterder. xô!!! FPS paraRE.
Não acho que RE se torne FPS, por um único e simples motivo, q o Evil Shady sitou no final do artigo. Já existem muitos jogos de FPS no mercado, e todos sabemos como a Capcom é em questão de faturamento de jogos, ela sabe que se RE se tornar FPS, vai ser só mais um jogo. Os fã da série q ñ deveriam pensar: ” E se virar FPS?!” eles deveriam pensar como a Capcom: ” FPS dá lucro?” e todos sabemos a resposta dessa pergunta, e ainda bem que a Capcom tmb sabe! XD (se ñ já o teria feito no primeiro game.)
a capcom simplesmente deveria fazer uma pesquisa com os fans para ver o que eles querem, eles veriam que é pra manter a origem do game, dar continuação na história nos consoles de hoje que oferecem uma qualidade bem melhor que o play 1, ou seja NÃO INVENTEM….