Um dos momentos mais emocionantes de Resident Evil 5 é o combate entre os velhos parceiros Chris e Jill. Sob o controle de Albert Wesker, a ex-S.T.A.R.S. aparecia lutando a favor de tudo aquilo que sempre jurou destruir. Não fosse a ação do herói do game, ao lado de sua parceira Sheva, a policial acabaria sendo uma agente importante na extinção da raça humana.
Como se não bastasse a intensidade emotiva do embate, Jill ainda aparecia um pouco diferente – e não estamos falando do vírus com o qual Nemesis a infectou. A personagem surge com o P30 preso a seu peito, um dispositivo que injeta doses periódicas de um agente químico de alta performance, que não apenas deixa o indivíduo sob controle total de terceiros como dá a ele uma força sobrehumana.
O aparato, desenvolvido pela Tricell, foi criado para resolver uma falha do soro que dá nome a ele. Apesar de deixar o paciente extremamente forte, ele é metabolizado e expelido do organismo muito rapidamente. Como doses periódicas eram necessárias, surgiu a necessidade de um aparelho que servia não apenas para manter a injeção de P30 constante, mas também identificava claramente os controlados por ele.
Jill Valentine passou pelo menos alguns poucos anos sob o domínio de Wesker, recebendo doses constantes do composto. E se, assim como o vírus de Nemesis e posterior vacina, o P30 deixasse sequelas? E se, mesmo após se ver livre do dispositivo, a moça se visse ainda dotada de alguns dos poderes que ela usava contra a própria vontade, no combate a favor da extinção da humanidade?
Não se confunda
Antes de mais nada, é importante deixar bem claro: não existe nada em Resident Evil 5, nem em elementos posteriores como livros ou games, que indique que Jill reteve algumas das habilidades dadas a ela pelo P30. Apesar de ainda realizar golpes extremamente potentes e movimentos acrobáticos após ter o dispositivo removido de seu peito, ela para todos os efeitos é uma pessoa normal, mas extremamente bem treinada.
Não podemos esquecer que, assim como ela, personagens como Leon e Chris também são capazes de grandes feitos sem deixarem sua humanidade de lado. Entenda a sobrevivência sem arranhões a um acidente de ônibus em uma ribanceira ou a capacidade de dar socos que lançam diversos inimigos pelo ar como meros elementos de jogabilidade. Exageros em prol da diversão e nada mais do que isso.
Um elemento valioso
O desenvolvimento tecnológico do mundo real também se refletiu no universo de Resident Evil. Na mesma medida em que as armas e equipamentos se tornam mais avançados, também são aprimoradas as armas biológicas, que constituem uma ameaça cada vez maior. A pulverização do legado da Umbrella não é mais um problema quando laboratórios clandestinos trabalham dia e noite no aprimoramento dos bons e velhos agentes virais.
Se antes falávamos em zumbis, criaturas horrendas e pessoas mutadas a ponto de perderem as características humanas, hoje temos alterações muito mais sutis em gente que não perde a capacidade de se coordenar e raciocinar. Tirando pústulas, ferimentos ou alterações na coloração da pele, temos infectados plenamente capazes de se misturar à população e espalhar o vírus sorrateiramente. Quando as autoridades perceberem, pode ser tarde demais.
Nesse ensejo, uma infectada “do lado de cá” pode ser extremamente útil. Apesar de não existir nenhuma informação oficial sobre isso, podemos levar em conta sem problema algum que Jill – ao lado de Chris, Clive e outros –fez parte dos Onze Originais que deram origem à B.S.A.A. Alguém com plena confiança entre os altos escalões da organização, na linha de frente do combate contra as armas biológicas.
Uma pessoa capaz de lutar frente a frente com a mais potente das ameaças, encarando perigos que qualquer ser humano comum não seria capaz. E se o P30 ampliasse não apenas as capacidades físicas do indivíduo, mas também as faculdades mentais, teríamos o pacote completo. Alguém extremamente forte e estratégico. Basicamente, o soldado perfeito para o “lado do bem”.
Nem tudo é preto no branco
Vamos supor por um momento que a trama de Resident Evil não fosse tão absoluta. Que o bem não é sempre perfeito e o mal completamente maligno. Acima de tudo, vamos imaginar que a Capcom desse um background psicológico muito maior a seus personagens, com interações mais humanas entre eles e pensamentos que, efetivamente, os colocassem lado a lado com qualquer um de nós.
Quais seriam os efeitos de tudo isso na mente de Jill? Desde 1998 ela é uma hospedeira de um vírus adormecido, porém, nesse caso, o agente não causava nenhum tipo de mudança em seu corpo. Com o P30 é diferente e ela estaria para sempre mudada, por mais que sua aparência física permanecesse a mesma.
Quem participou dos eventos ocorridos na Zona Autônoma de Kijuju viu não apenas um cenário de horror, mas também observou em primeira mão os efeitos de uma longa exposição a vírus. Albert Wesker, enquanto se tornava mais poderoso, também perdia sua sanidade, tornando-se alguém obcecado e com pouquíssimo senso de realidade. Um egocentrismo que o levou à morte.
Por mais que entendesse sua importância no combate ao perigo biológico, Jill com certeza temeria que o mesmo acontecesse a ela. Abalada, ela mergulharia de cabeça não nesse combate, mas na busca pela cura. Com os recursos da B.S.A.A. à sua disposição, ela teria acesso aos melhores laboratórios e geneticistas, que poderiam estudar cada célula em busca de uma forma de impedir os efeitos do P30 sobre seu corpo.
Se ela teria sucesso? Não dá para saber. Os únicos relatos de pessoas que se livraram de uma infecção na franquia assim o fizeram por estarem portando um vírus, que foi apenas desativado por um soro. No caso de Jill, trata-se de um agente químico que é metabolizado pelo organismo, um caso único no folclore de Resident Evil.
Uma preocupação legítima
Os terroristas e vilões que lidam com armamento biológico podem não ser os únicos preocupados com a existência de um ser humano superior na B.S.A.A. Mais uma vez pensando em uma série menos maniqueísta – e também emprestando um pouco de trama dos quadrinhos –, o próprio governo dos Estados Unidos poderia prestar a atenção na quantidade cada vez maior de indivíduos com poderes espalhados por aí.
Tal questão poderia se tornar uma preocupação decorrente da morte do presidente Adam Benford, em Resident Evil 6. Quando o comandante da nação mais poderosa do mundo é assassinado durante um incidente biológico, é hora de pensar que ninguém, realmente está seguro.
Além da própria moça, temos Jake Muller e Sherry Birkin, apenas para citar aqueles que aparecem nos games mais recentes. Isso sem contar outros, que podem ser desconhecidos do público. A existência de seres como Jill estaria plenamente documentada em relatórios oficiais apresentados por Chris Redfield e Leon Kennedy. Da mesma forma, estariam registrados os efeitos causados pela infecção a Albert Wesker.
Nas mãos de burocratas, tais fatos poderiam transformar os personagens em bombas-relógio. E se a mesma insanidade demonstrada pelo vilão, que passou mais dez anos também se tornando cada vez mais poderoso, surgisse nos outros? Como lidar com um perigo que não apenas é superior a todos nós, mas que também está enraizado no próprio governo e organizações de combate ao bioterrorismo?
A isso, poderia se seguir um programa de cadastramento de seres superiores com o objetivo de não apenas conhece-los, mas também monitorá-los. Levando em conta sua integridade, Jill poderia posar até mesmo como a garota-propaganda de tal acontecimento, mostrando a todos que a revelação de seus potenciais é um bem a todos.
O mesmo, porém, não poderia ser dito, por exemplo, de Jake Muller e outros infectados. Daí, poderia se seguir um novo embate, não físico, mas ideológico. Aqui e ali, surgiriam grupos a favor e contra esses seres sobrehumanos, enquanto o governo tomaria suas atitudes com relação ao problema. Um enredo bem aos moldes das histórias da Marvel.
É aí que pode acontecer a virada. Até que ponto Jill estaria disposta a entregar a si mesma em nome do planeta? Qual seria a reação da moça quando o governo e o país pelo qual ela sempre lutou se voltasse contra ela?
Não dá para dizer que ela se voltaria contra tudo e todos, se unindo a eventuais grupos rebeldes. Mas, ao mesmo tempo, é impossível afirmar que ela teria tal nobreza de espírito uma vez que tudo o que ela conhece se transformasse em ruínas. Ela estaria em cima do muro: de um lado, seus companheiros de sempre. De outro, a restrição de liberdades civis e o destino interrompido de uma série de pessoas como ela.
E bom notar tbm que em revelations ela usa uma vacina para ser imune ao t-abyss não sabemos os efeitos daquilo e se pode ter contribuído para ela ter essa força
O Chris ainda é soberano quanto a “poderes”.
Acho que nem o Wesker é capaz de socar rochas por ae com tanta força hehehe.
No mas, bom texto Felipe.
gostei muito do artigo,
É muito bom ver que personagens antigos evoluíram e viraram pessoas cheias de habilidades, como Leon, Chris e cia, mas to sentindo falta de uma época da série em que o personagem era bem mais vulnerável, dando essa impressão e esse temor a nós, gamers! Leonchegando todo remendado com curativo no final de RE2, Jill quase morrendo com T Virus em RE3…
Uma coisa sei: se Jill permanecesse com os “poderes”, Jill vs Jake seria páreo duro, rs!
Me sinto da mesma forma! Embora eu goste desse clima de “fodão” que os personagens de RE passam, eu sinto falta de algo mais sutil e realista, sinto falta de quando eles pareciam mais vulneráveis… isso mesmo, PARECIAM mais vulneráveis, pq de fato nunca foram.
O problema não está nas habilidades deles em si, mas sim na forma como elas são apresentadas, além dos exageros.
Espero que um dia a Capcom encontre um meio de tornar os personagens mais humanos, e não torna-los heróis da Marvel.
Sem o P30 se vão as habilidades especiais e a estabilidade organismo-vírus, vide Wesker. Mesmo que Jill tenha convivido muitos anos com o T-Vírus, não sabemos se as experiências de Wesker romperam esse equilíbrio no corpo de Jill.
Quem sabe um roteirista iluminado aparece lá em Osaka e…
Infelizmente a Capcom não desenvolve a trama de RE nesse nível de detalhamento de personagens, política e eventos, às vezes se perdendo em clichês como Simmons e perdendo grandes oportunidades.
Caso seja difícil maior detalhamento na campanha principal, informações adicionais em files ou até algo como os DLCs de RE5 com complementos da história seriam bem vindos, para atender os jogadores que quisessem maior envolvimento com o game.
Como sempre, excelente abordagem Felipe, pena que trabalho tão qualificado não irá continuar.
Sucesso na nova fase profissional pós SAC.
Né. Duvido que eles pensaram nisso tão complexo. Eles só pensam em “tá infectado? tem a vacina” e pronto. E a prova é o RE6 que fizeram todo um drama sobre a epidemia e no final a explicação que deram para destruir o C-Virus que já tomava conta de cidades foi: “Encontramos uma vacina”. Palhaçada demais
Link para os adoradores de Mestre Demartini :
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KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
PQP, olha a foto dele com toquinha de orelha de ursinho ou sei lá o que é aquilo .kkkk
Que fofura. srsr Gostei da página!!!
Felipe, meu filho, nem dê uma ideia desse tipo assim em público, sobre um RE meio X-men, pq não duvido nada que, com o gosto duvidoso dos roteiristas da série atualmente (exceção ao Dai Sato, que por mim, seria perpétuo), eles comprem essa ideia e a implementem em um possível próximo jogo, rs.
da série “Perguntar não Ofende”: Quem faria as vezes de Magneto em RE?
Excelente artigo, teorizando sobre as possibilidades no enredo de Resident Evil no que se trata as pessoas portadoras de habilidades especiais.
Seria Resident Evil: Caminhos do coração! HUE
Agora pra falar a verdade ficaria muito X-men, o que eu vi em Resident Evil 6 foi mesmo bem aos moldes das histórias dos mutantes de Stan Lee, espero que essa idéia de ”Meta- Humanos” (sério?) não seja levada em consideração pela Capcom (O que foi levado em RE6)
Quero a maior distância possível dos filmes do Paul Anderson.
Não foram os filmes que deu ideia de terem poderes mas sim bem antes em code:veronica
Só de pensar que o Felipe vai ficar livre dos fanboys também… já sinto alívio por ele. Math, o cara apenas deu uma opinião, ele não falou mal dos filmes, e mesmo se for a série quem começou com os poderes, nenhum personagem explode as cosias com a mente não, você vai me desculpar.
Uma coisa é falar mal a outra é não saber do que está falando e o que aconteceu foi a segunda opção já faz tempo que não me intrometo nas pessoas que só sabem falar mal(haters) não to mais nem aí
O cara não falou nada que não fosse mentira. Os filmes realmente não são prato cheio para os fãs dos jogos, basta você aceitar ou não. E outra, “não saber do que está falando”? Ele sabe do que ele está falando, prova disso é penas compararmos os poderes de Wesker com os da Alice, devo refrescar sua mente e MAIS UMA VEZ entrar numa discussão sobre a Alice com você, ou você acha que o bom senso que ainda lhe resta você consiga comparar os poderes dos jogos com os do filme?
Wesker (sentidos aguçados, força sobre-humana, capacidade de regeneração, maior resistência física, agilidade, e o melhor, tudo isso custou um preço pra ele, ele ficou dependente do antídoto, sua aparência física mudou e ele ficou até um pouco mais com cara de doente).
Alice (sentidos aguçados, força sobre-humana, regeneração maior que a do Wesker – sobreviver a quedas de aviões e a Fatalities (Rain em RE 5), resistência física, agilidade, explodir objetos e locais apenas com o olhar sem mexer, parar ataques com a mente (“Tyrant” em RE3), pular com uma moto em um vitral de igreja com mais de 5 metros, causar hemorragias apenas com o olhar DIRETAMENTE em quem estiver a vendo pela câmera de segurança, controlar o fogo, levitar motos), agora vamos falar dos poderes SEM O VÍRUS (chutes de mais de 2 metros em RE4, pular de um prédio com uma corda de aço e soltá-la há mais de 4 metros do chão e rolar sem machucar em RE4, chutar um vidro diretamente em um cerberus, estar portada com um clipe em uma arma, um clipe extra e uma corrente de bicicleta e derrotar mais de 8 zumbis usando os 2 clipes (e ainda sobra munição), chutar um clipe vazio e MATAR um zumbi, dar giros no ar sem tocar o chão, pular de um zumbi em outro há mais de 5 metros longe dando giro no ar, e claro… manobrar uma corrente de bicicleta como uma lâmina). esqueci de algo? Ainda acha que os poderes da Alice surgiram nos games?
AHH esqueci que depois disso tudo, ela ainda tem seus traços maravilhosos e lindos olhos azuis… o vírus nem afetou seu organismo. srsrsr
Nunca disse que eles tinham o mesmo poder e a mesma força, debati a confusão de onde veio os poderes(só isso)e dai se um é mais for forte que o outro se ficarmos comparando tudo tamo ferrado, não relatei quem é mais forte ou mais fraco.Não sou fanboy pq SEI que essas atrocidades tem em ambos(filmes e jogos)e levo isso numa boa só que para ficar defendendo os jogos acabam falando só dos filmes, o fanboy mesmo é o que só ve nos filmes. Porque se for assim tbm tenho uma lista imensa de atrocidades que façam nos jogos tbm, como esse negócio de clone que vem de code:veronica e só se tocar, mas isso que falo não é para falar MAL dos jogos mais sim uma verdade que é estampado na cara acabam até aprimorando em jogos(RE6) ou filmes futuros.Agora ficar comparando o “Wesker é rápido a Alice é mais forte” No Re6 só fizeram UM clone, no filmes são vários” há por favor isso que ta mais pra fanboy mesmo que não aceita que uma franquia pode fazer merda.
Vocês dois nunca vão cansar?
Uma coisa é certa, algo vai acontecer a Jill… E devemos descobrir isso em Resident Evil 7.
Eu acredito que Jill tenha ficado em observação após os eventos de RE5, e provavelmente o governo deve ter realizado experiências com ela.
Agora, se a Capcom não fizer nada com a Jill, e simplesmente a colocar de volta em RE como uma agente da BSAA, eles vão estar desperdiçando uma oportunidade de criar algo novo e diferente em Resident Evil.
Acho que os traumas que Jill sofreu enquanto era usada como cobaia de Wesker, devem ser levados em consideração no próximo jogo.
Se eu tivesse no lugar da Jill, eu teria pesadelos com Wesker, e acho que esse lado humano e sensível precisa ser explorado na Jill Valentine.
Sherry tem poderes regenerativos, Jake habilidades sobre-Humanas, Ada agilidade fora dos padrões humanos, Leon é xiter, Chris super-força, Jill…preciso nem fala, pronto ta formada a nova Liga da Justiça !
AFF, olha onde chegamos !
Espero que esse não seja o último “E se…”, porque é a matéria que mais gosto do Felipe. Vai ser realmente horrivel quando o SAC se for…. 🙁
Esse é o último “E Se” =/
só foi pensar… =(
Que pena q o melhor site de resident evil está acabando.obrigado por nos proporcionar esses belos 3 anos de grandes fatos e repercussões marcantes sobre umas das séries mais amados do mundo q é o re.obrigado por tudo felipe demartine.
A CAPCOM perdeu a capacidade de elaborar boas histórias (como na época do PSone) em jogos de Resident Evil. É um dos motivos que nem comprei esse RE6, pra mim morreu no 5 a série, e mesmo assim porque sou apaixonado pelo Wesker, por isso joguei o 4 e o 5, porque de RE não tem nada. AHHH, saudades Outbreak. 🙁
seria interessante ela ficar com os poderes e como ela evoluiu tb fisicamente ne linda demais das mulheres as saga e a minha preferida e bom que ela não morreu pois torço pra ela ficar com chris
nossa cara eu assisti o 5 e muito foda e irado
Pois é para mim acabou no 5, com a morte de Wesker não sei onde eles vão conseguir um vilão tão onipresente, onipotente e carismático como Wesker, é como Star Wars sem Darth Vader.