No exterior, a expansão de grandes franquias de fora de suas mídias originais para as páginas é uma prática comum, não apenas com video games. Não é nada estranho ver séries se transformando em livros, filmes ganhando quadrinhos ou jogos recebendo novelizações. Resident Evil não é exceção e conta com uma grande lista de publicações, incluindo diversas HQs e mangás.
Tudo isso, porém, é restrito apenas aos fãs que dominam uma língua estrangeira, já que nenhum destes materiais está disponível oficialmente no Brasil. Isso mudou no último dia 5 de julho, quando a Panini Comics lançou Resident Evil (148 páginas, R$ 14,90), um encadernado que reúne as edições 1 a 6 dos gibis lançados nos EUA entre março de 2009 e fevereiro de 2011.
Na trama, os agentes da B.S.A.A. Holiday Sugarman e Mina Gere são colocados para trabalhar lado a lado em uma investigação sobre as Indústrias Giesel. A empresa parece estar envolvida com incidentes biológicos ocorridos no Gresbequistão, um país fictício, e em uma estação espacial. A missão os leva à América do Sul, onde ficam frente a frente com armas biológicas, um “gênio do mal” e se veem envolvidos em um incidente internacional.
A história, apesar de não conter nenhum personagem dos games nem possuir relação direta com eles, é baseada no universo de Resident Evil 5. O gibi dá espaço para a ação de outros braços da B.S.A.A. (como o europeu, por exemplo) e dá uma extensão ainda maior à organização. Mesmo não fazendo parte do canon, serve no mínimo como uma contextualização interessante.
Apresentação padrão, mas inadequada
A capa de Resident Evil é de um papel couché bem brilhante e, em comparação com a edição americana, é bem mais grossa. A imagem de Holiday e Mina selecionada para abrir a publicação é a da sexta edição estadunidense. O encadernado tem lombada e contracapa sem propagandas, com uma breve sinopse e a imagem de capa da segunda edição lançada nos EUA.
Os leitores mais perfeccionistas não precisam se preocupar, pois as edições são separadas internamente por imagens das capas das revistas correspondentes. Isso significa que o segmento correspondente à quarta edição americana é aberto com uma impressão da capa da mesma publicação, e o mesmo vale para todas as outras. Ficam de fora, porém, as curtas entrevistas com desenhistas, roteiristas e produtores, presentes nos lançamentos originais.
O papel das páginas é o Pisa Brite. Sua utilização para internas, com couché na capa. é um padrão da Panini, utilizado na grande maioria das publicações. O material, que lembra muito o de um jornal, prejudica o contraste da impressão e dificulta muito a observação das cenas mais escuras. Em uma história baseada em um game de terror, com muitas imagens sombrias e cores fortes, a escolha não foi nada acertada.
As páginas internas da edição nacional não se comparam em qualidade às da versão americana. Lá, o papel dos quadrinhos é quase tão bom quanto o da capa, com um colorido forte e brilhante. A definição e constraste das páginas são perfeitos e permitem enxergar cada detalhe do traço dos desenhistas.
A apresentação, porém, tem ainda mais um ponto positivo: a história não é interrompida por propagandas. Enquanto a edição americana apresenta anúncios a cada três ou quatro páginas, os quadrinhos da Panini seguem sem pausas do início ao fim. Os comerciais aparecem apenas nas capas e contracapas internas.
Traço em evolução
Kevin Sharpe,responsável pelos desenhos das quadrinizações de Marvel Vs. Capcom 3 e dos filmes de Thor e Capitão América, foi o responsável pelas duas primeiras edições de Resident Evil. Da terceira à última, a responsabilidade passou para o brasileiro Jheremy Raapack, que tem em seu currículo HQs de Hulk e X-Men. As diferenças entre os traços dos dois é bem marcante e a mudança é percebida claramente. Felizmente, ela vem para melhor.
O trabalho de Kevin Sharpe é limpo, mas o desenhista peca nas cenas abertas. Enquanto os closes são ricos de elementos, as imagens mais amplas exibem personagens com rostos pobres (normalmente constituídos de apenas dois olhos e uma boca) e pouquíssimos detalhes. Isso se torna ainda mais estranho quando se observa que o cenário apresenta uma boa variedade de traços e minúcias.
A entrada de Raapack resolve esses problemas, com personagens bem melhor desenhados e cenários ainda mais detalhados que os criados por seu antecessor. À distância, as imagens continuam belas. O jovem desenhista, porém, também tem seus problemas. O traço é sujo e pouco criativo, apresentando personagens idênticos mais de uma vez durante a história.
O cuidado de Raapack com os detalhes também é demonstrado em pequenas referências que só serão percebidas pelos fãs mais atentos, e são frutos da pesquisa realizada pelo desenhista. Em meio à multidão de inimigos é possível perceber dois deles portando serras-elétricas, enquanto a tropa da B.S.A.A. conta com uma agente vestindo exatamente as mesmas roupas de Sheva Alomar. E estes são apenas dois exemplos.
A mudança de desenhista também trouxe consigo uma mudança na escala da história. Enquanto as duas primeiras edições apresentam situações com um clima que chega a ser intimista (apesar de também retratarem grandes batalhas), a partir da terceira o gibi assume ares épicos. Isso se traduz em grandes explosões, armamento pesado e muita ação, potencializada pelos traços detalhados de Raapack.
Os clichês de sempre
O roteiro, escrito por Ricardo Sanchez (que já foi redator do IGN e roteirista de diversas HQs independentes), apresenta uma trama simples. Isso, porém, não significa que ela seja rasa. A história é bastante competente e capaz de prender o leitor, com reviravoltas e momentos interessantes. Com o auxílio dos traços de Sharpe e Raapack, o enredo ganha vida e assume um dinamismo que deve agradar aos fãs da série.
Os personagens, porém, não apresentam um terço do carisma dos protagonistas do game. Holiday Sugarman é o herói de ação genérico, com um passado de guerras e marcado pela morte de sua mulher e filho no incidente em Raccoon City. Habilidoso e com um passado militar estrelado, ele reluta ao ser apontado como parceiro de Mina Gere, a típica jovem prodígio. Acrobática e certeira, a moça age como contraponto e forma com seu parceiro uma dupla já vista inúmeras vezes no cinema.
O mesmo vale para o principal antagonista, Neuermann Giesel, o clássico louco maléfico que aparece com uma aparência assustadoramente semelhante à de Ricardo Irving, de Resident Evil 5. A esmagadora maioria dos coadjuvantes não desempenha nenhum tipo de papel relevante na trama e, em sua maioria, estão lá apenas esperando para virarem refeição dos monstros. O elenco do gibi, como um todo, é desinteressante.
Vale a pena?
Apenas por ser a primeira iniciativa de conteúdo licenciado de Resident Evil no Brasil, o gibi da Panini já vale a compra. Mas os méritos da publicação vão além disso e, apesar de não figurarem entre as melhores histórias em quadrinhos já lançadas, devem divertir e agradar até mesmo aqueles que não são fãs das histórias em papel.
Apesar dos pontos negativos, o pacote como um todo apresenta mais prós do que contras e o resultado final é um bom trabalho de Ricardo Sanchez, Kevin Sharpe e Jheremy Raapack. O preço também é relativamente baixo pelo tamanho da HQ, que leva cerca de duas horas para ser lida do início ao fim. Ponto para a Panini.
A expectativa, agora, é de que essa primeira empreitada seja bem-sucedida, e que a editora volte a investir em conteúdos licenciados para o Brasil. De acordo com um porta-voz da empresa, já existe essa intenção. A escolha óbvia é Fire & Ice, republicada nos EUA em um encadernado na mesma data de lançamento da história analisada aqui.
“Neuermann Giesel, o clássico louco maléfico que aparece com uma aparência assustadoramente semelhante à de Ricardo Irving, de Resident Evil 5”
Quando eu comprei a HQ, eu jurava que era o Irving! Hahaha
“Personagens genéricos e desinteressantes”, ainda não li, mas este é um problema muito grande!
Achei muito interessante a análise sobre o Gibi brasileiro. fiquei triste ao saber da baixa qualidade na impressão porém fiquei feliz por não ter muitas propagandas. Achei legal que os desenhos evoluiram com o novo desenhista, que além de ser brasileiro é detalhista nos cenários distantes. Espero que seja um excelente gibi mesmo 😀
Só pelo fato de ser “a primeira iniciativa de conteúdo licenciado de Resident Evil no Brasil” ja vale a pena…E o legal é q são 6 gibis encadernados em uma só edição…Como ja foi analisado… tem mais “pros” do que “contras” e estou MUITO ancioso pra ler… ;D
Oi belo site,e muito atualizado!
nao achei pra vender aqui, mas boa analise, curti.
Achei muito boa a análise dessa HQ. Tirou muitas dúvidas,provavelmente não só de mim. Eu gostei bastante do fato da Panini comics traduzir isso para nós Brasileiro e não ter colocado essas propagandas e etc. Também gostei bastante do estilo de desenho bem detalhado,eu quero essa HQ 😀
TO com muita vontade de ler mas parece que aki ainda não lanço muito bom o site !!!
Muito bom o site e a analise do HQ estou louco pra ler suahushuahushuahusa
Deve ser no mínimo interessante. Mas os personagens parecem ser um problema…Holiday Sugarman, seriously?
USAHUSHUAHUSHUA parece ser uma copia do resident evil 5 e como diz a analise tem traços to com muita vontade de ler rsrsrsrsrsrs
E aí, vai me emprestar ou eu vou ter q ganhar na promoção?! =p
Esse deve estar legalz…
Como fã de Resident Evil, tenho que ter,…. =)
Claro, talvez se comprar ou ganhar na promo… *-*
Aliás, parabéns pelo review… Ficou show, tu é o kra!
A verdade é que quem é fã de zumbis e fã de RE, vai sempre gostar das crossmedias que tem da série, não importando os defeitos do pael ou qualquer outro defeito da HQ, é o tipo de coisa que se não ganhar aqui, vou ficar me coçando pra comprar
Bom, o fato de que o Brasil está investindo em HQ’s, trás grandes esperanças para todos nós fãns, por ser um gancho para demais HQ’s não só a de RE.
Se tratando de Resident Evil, tudo é lindo né.
Bom se não ganhar na promoção, eu compro, o que importa é que sou fã de carteirinha de Re e de um jeito o outro eu consiguirei o meu^^
Espero que este gibi, apesar de parecer ter uma história trivial, seja empolgante e que valha a pena adquirir, pelo menos para os fans do jogo.
Também torço que não seja tão distorcido quanto são os filmes.
A História parece muito boa e daria um jogo ótimo,é uma boa história pra quando não tiver nada de interessante pra fazer e tiver vontade de se aventurar pelo universo de Resident Evil.
Parece que ele tem otimos traços por ser um HQ feito sobre a historia de um jogo mas sem seguir a historia =)
Eu já li todos os livros , já vi todos os filmes e joguei todos os jogos agora só falta eu ler os HQS espero que seje muito bom =)
Tomara que essa HQ venda bastante para eles lançarem outras sobre a série. Mas apesar de não ter relação com os personagens do jogo, a compra vale a pena, não só por se tratar do universo Resident Evil mas também por ser mais um item para coleção.
Tb penso assim, e acho que poderiam lançar alguns dos livros da série no Brasil tb.
esperando por uma edição com os personagens dos jogos ou dos filmes
ai meu deus aki ainda não saiu e eu estou louco para ler shuuahsuauhusuahshua
Ótima análise!
Tantos personagens bons na série, não precisava criar novos hein.
E “Holiday Sugarman”?? O que vem depois, Christmas Saltwoman? xD
Bom, é a primeira vez q não vejo nos comentários o seguinte: ” Resident evil acabo no 3 pra mim”, muito interessante, (rs), apesar de ser baseada no quinto jogo da série, pode-se ver claramente que a História envolvida no HQ usa o T-vírus.
pra eu que Joguei todos os Jogos Principais eu achei bom a evolução dos Inimigos.
a Evolução é uma necessidade pra vida continuar, por que o RE deveria ser diferente =)!
Eu achei legal a iniciativa de “re”promover o t-virus de novo, sabe, voltar a raiz é sempre bom, pois Plagas e Uroboros não agradaram os antigos jogadores da série.
Joguei e finalizei todos os jogos até agora, acompanhei todos os filmes, tenho todos os livros, agora é acompanhar as HQ’s 🙂
Quero fazer uma observação: Graças aos RE’s, virei colecionador de consoles
Preciso ganhar essa HQ pq aqui na minha cidade ainda não chegou,e eu perguntei ao dono da banca de jornal se ele ja ouviu falar sobre RE e ele disse que não sabe de nada disso e não tem previsão de quando vai chegar,por isso preciso ganhar ela pra minha coleção.
Eu virei colecionador de jogos por caus de RE, e quem sabe um dia eu vire um colecionador de consoles igual o Kyo,né? (quando a grana cooperar) Essa HQ deve ser boa, tomara que eu ganhe uma, já que aqui na minha cidade também não tem (interior é um caso sério!!!)
Daqui pra baixo, os comentários não serão mais válidos para a promoção.
Cada um de vocês recebeu um número, de acordo com a ordem de postagem. Ou seja, Bruno Massao é o 1, Julherme é o 2 e assim por diante.
O sorteio será feito ainda hoje e os resultados postados na nossa home hoje tb. Obrigado a todos! =D
Também achei o papel meio sem qualidade e alguns personagens que só estavam ali para serem assassinados, mas fazer o quê?
Confesso que gostei bastante da HQ e acho que a Panini poderia lançar alguns materiais já antigos da série.
“HQ nacional de Resident Evil 5”? Tem como o título ser mais misleading?
Não li o review ainda, mas não gostei da HQ. Muito genérica, peca como Resident Evil e peca absurdamente como HQ. Só comprei porque sou fã mesmo da série. Mas o que me surpreendeu foi ter tido nota superior ao Mangá Marhawa Desire aqui no SAC, que na minha opinião, é um ótimo Mangá e merecia nota 7.5 pelo menos.
Odeio essa hq se fosse prá dizer que produto de Re me arrependo de comprar diria ESSE simplesmente HORRÍVEL