Dizer que Resident Evil: The Umbrella Chronicles é meramente uma experiência da Capcom no campo dos jogos controlados por movimento é reduzir o desafio enfrentado pelo título, lançado originalmente em 2007. Para a desenvolvedora, ele também representava uma chance de atingir o público mais casual e, ainda pior, resumir parte da extensa trama da saga para uma audiência que, teoricamente, conhecia a franquia apenas pelo nome.
Agora, o título volta aos holofotes atendendo um pedido de muitos fãs, que se sentiram deixados de lá com a exclusividade de The Umbrella Chronicles para o Nintendo Wii. O relançamento para PlayStation 3 traz o game em uma versão repaginada, com gráficos em alta definição e sem perder sua essência, preservada pela utilização do Move. Aqueles que não possuem o acessório podem utilizar o joystick comum, mas perdem um pouco do propósito da jogabilidade.
Em um lançamento simultâneo e exclusivamente digital, Umbrella Chronicles chega à PlayStation Network ao lado de sua sequência, Resident Evil: The Darkside Chronicles, que será analisado por aqui em alguns dias. Em teoria, tudo ótimo. Na prática, TUC é um título complexo e cheio de constrastes.
O olhar do vilão
Em The Umbrella Chronicles, toda a saga Resident Evil é contada pela visão de Albert Wesker. Sendo assim, o foco principal são as maquinações do corrupto capitão dos S.T.A.R.S. por trás dos eventos principais, quando ele arquitetava seus planos contra a Umbrella ou agia nas sombras após sua suposta morte.
Isso não impede, porém, que os caminhos dos protagonistas dos games principais sejam recriados. E é justamente aí que se encontra a pior falha de Resident Evil: The Umbrella Chronicles. Com a desculpa de que os acontecimentos dos cenários Train Derailment, Mansion Incident e Raccoon’s Destruction não foram presenciados diretamente por Wesker, a Capcom realizou um grande resumo dos fatos de três dos principais títulos da saga.
O resultado é um retrato fraco e até mesmo desinteressante dos incidentes, que simplesmente não respeita a cronologia e passa por cima de eventos importantes. Para se ter uma ideia, Jill e Carlos nunca passam pela Clock Tower ou laboratório da Umbrella nem se encontram com Nicholai. Barry, porém, é o maior injustiçado e não chega a aparecer em nenhum momento de todo o game, apesar de seu papel importante nas histórias e seu envolvimento com Wesker.
O cenário inédito também carrega esse mesmo vazio. Os eventos de 2003, no Cáucaso russo, mostram a missão de Jill e Chris a uma das bases remanescentes da Umbrella Corporation, onde a empresa estaria desenvolvendo mais uma poderosa arma biológica. Apesar de mais interessante que os outros três cenários principais, Umbrella’s End está longe de ser tão profundo como o restante dos jogos da série.
A verdadeira força de Resident Evil: The Umbrella Chronicles, porém, está em algo que não era necessariamente um dos objetivos principais. O título, por meio de cenários extras, acrescenta muitas informações à trama da saga e, inclusive, utiliza os fatos do Wesker’s Report para substituir totalmente o controverso relatório.
É aí que surge a rivalidade entre o vilão e Sergei Vladimir, a explicação sobre como Ada obteve uma amostra do G-Vírus ou a maneira como Wesker conseguiu acesso a todas as informações da Umbrella Corporation. O game poderia perfeitamente carregar o nome do vilão no título, já que é isso que ele é em sua essência: uma série de crônicas do personagem.
É isso que transforma Resident Evil: The Umbrella Chronicles em um dos jogos mais carregados de enredo de toda a franquia. Expandindo-se desde os eventos de 1998 até a missão gelada de 2003, o título resolve diversas inconsistências da trama, apresenta personagens bastante interessantes, dá novas informações sobre as pesquisas da empresa farmacêutica e, acima de tudo, permite que os jogadores vejam, pela primeira vez, o mundo pelos olhos de um vilão.
Pequenos problemas em alta definição
Para criar as fases de Resident Evil: The Umbrella Chronicles, a Capcom reutilizou os cenários vistos em games anteriores da série, como RE Remake ou Outbreak. A câmera fixa destes títulos permitia que, em sua versão original, a empresa mostrasse exatamente o que queria. Tudo mudou com o novo título, que dá uma visão tridimensional dos ambientes.
Locais que antes não eram exibidos pela antiga câmera fixa, agora, aparecem frente ao jogador. E, muitas vezes, possuem visuais chapados ou cantos escuros que, quando bem observados, escondem uma total ausência de texturas. O problema demonstra falta de cuidado por parte da Capcom e apenas é mais evidenciado na versão em alta definição.
Nem tudo são críticas quando o assunto são os cenários. A quantidade de elementos presentes neles, principalmente na mansão de Spencer, e a possibilidade de destruir cada um individualmente deixam o ambiente bastante vivo. Atirar nos quadros pelas paredes e descobrir itens escondidos ali acaba sendo tão interessante quanto combater os inimigos.
Luzes também podem ser destruídas, mas a iluminação deixa a desejar. Mesmo que todas as lâmpadas de um determinado local sejam quebradas, o ambiente nunca fica plenamente escuro. O efeito observado quando um artigo luminoso é destruído é bastante artificial e também fica aquém das expectativas.
Nas cenas de corte, a Capcom usou filtros para disfarçar um pouco o ar de geração passada dos vídeos. Infelizmente, as cutscenes de Resident Evil: The Umbrella Chronicles não são renderizadas em tempo real e, sendo assim, não puderam receber o mesmo tratamento que o restante do jogo. Ao contrário de RE CODE: Veronica, porém, elas não aparecem pixelizadas e não destoam do restante do game em momento algum.
Na mosca
O PlayStation Move, assim como o Wii Remote, faz um ótimo trabalho em deixar a jogabilidade de Resident Evil: The Umbrella Chronicles bastante intuitiva e interessante. Se bem calibrado – algo que não é difícil de fazer – o sensor de movimentos reproduz de forma precisa os comandos do jogador e em nada lembra os primeiros títulos do acessório, que apresentaram um grande delay na detecção.
A jogabilidade com o joystick, porém, é péssima. Sem a mesma precisão do Move, jogar Resident Evil: The Umbrella Chronicles com ele pode se tornar uma experiência bastante tortuosa. Fui chamado de Sonysta quando disse que o Xbox 360 poderia não receber o game devido à ausência de um acessório como o Move. Acredite, você não quer depender apenas do joystick para curtir esse título.
O sistema de colisão do título deixa a desejar e os inimigos não reagem de maneira fiel aos tiros em partes específicas do corpo. O sistema de disparos críticos, capazes de matar os zumbis com um único tiro, também têm seus problemas. Apenas uma pequena área, bem no centro da testa dos mortos, é considerada pelo game, enquanto o restante da cabeça não funciona da mesma forma. Uma grande oportunidade perdida de, finalmente, acabarmos com os monstros da maneira mais clássica possível. Com um pouco de costume, porém, é possível conviver com isso.
Resident Evil: The Umbrella Chronicles se destaca por ter um alto fator replay, ampliado ainda mais com a adição de troféus. É praticamente impossível coletar todos os itens, armas e realizar todos os pré-requisitos em uma única rodada. Como algumas fases só são habilitadas após a obtenção de um determinado ranking em outras, o jogador sempre se verá motivado a passar mais de uma vez pelo mesmo cenário.
Isso é levado ainda mais adiante pela adição de um esquema de seleção de caminhos que, às vezes, permite que o jogador escolha por qual corredor os personagens seguirão ou se devem ou não investigar uma sala. Como existem segredos escondidos em ambas, a ideia é que o jogador retorne àquele cenário na sequência, escolhendo uma opção diferente e explorando todas as minúcias das fases.
Tudo tem uma recompensa em Resident Evil: The Umbrella Chronicles. Armas precisam receber upgrades para que o combate nos níveis mais avançados seja facilitado e itens secretos encontrados pelos cenários garantem lembranças de grandes momentos dos títulos originais. A garantia é de muitas horas de exploração e jogatina.
Ainda se sustenta?
Os games de tiro sobre trilhos praticamente não existem mais. Tirando poucas exceções, o gênero tão popular nos fliperamas e consoles antigos caiu em desuso perante a dominação dos FPSs. Nada melhor do que Resident Evil, então, para mostrar que esse estilo ainda pode ter força.
Para os jogadores acostumados com Call of Duty, a falta de liberdade de movimentos e a fragilidade dos personagens perante os inimigos pode representar um sério problema. Ainda assim, Resident Evil: The Umbrella Chronicles serve como uma diversão bastante movimentada para todos os públicos, ao mesmo tempo em que apresenta um enredo elaborado e profundo para os fanáticos pela franquia.
A remasterização HD pode ser considerada a versão definitiva do título.A edição PlayStation 3 exibe belos gráficos e faz bom uso do sensor de movimentos, assim como em seu lançamento original. É tudo que o Nintendo Wii – e os fãs – sempre quiseram.
vou comprar o meu , mesmo nao tendo o move ainda, mas se tratando de resident evil eu jogo mesmo com o controle nao sendo tao bom
Eu tenho esses games no Wii e sinceramente, são bem divertidos, vale a pena ter pela diversão e pra quem se interessa em saber algo mais. A respeito dos gráficos….os do UC no Wii já eram “Ridículos” de tão feios com cutscenes mal feitas e tudo mais, no PS3 provavelmente devem ter ficado piores ainda logo que a Capcom deve ter metido um upscalling bem vagabundo no jogo pra roda a 720p do PS3.
Já o Resident Evil D.C tem os gráficos melhores e também é muito legal de se jogar e as cutscenes tem uma qualidade bem melhor, parecidas com as do ORC. Como já tenho no Wii essa do PS3 eu passo =/
Já comprei o meu! Acabou com minha memória do PS3 de tão grande, mas espero valer a pena! Assim que tiver terminado de Baixar vou jogar e tirar minhas conclusões ^~
Shady ótima matéria,Pergunta:Esses reviews q vc faz é só sobre como ficou o jogo em hd ou é sobre o jogo em si e tbm sobre em hd
Ps:Espero vc ter entendido =D
Sobre tudo, como a análise ainda não saiu aqui, eu falo do game como um todo, mas tendo como base a versão HD, nesse caso. Ainda não aconteceu de um jogo ter tantas mudanças q precise de duas análises.
Vc pensa em fazer o review de todos os jogos de Re?Tipo:Re remake,survivor 1 e 2,dead aim,outbreak etc…?
PS:Valeu por responder =D
Todos os jogos terão reviews um dia.
Espero anciosamente =D
Nossa, a jogabilidade em jostick é tão sofrível assim??? Lembra que na época do ps2 não tínhamos nenhum move e mesmo assim jogamos Dead Aim, e a mira era na base do analógico…
Mas claro, tb tem o fato de que Umbrellas Chronicles seja um jogo apelão, aí realmente se torna necessário a precisão de um move! Mas fora isso…
Eu não gostei desse jogo, o resumo da história é muito mal feito, estragaram o Nemesis, o bom é o cenário que extra que traz algo a mais pra história, de resto, jogo horrível.
MMAlguem sabe me dizer se tem a possiblidade de se jogar o titulo online com um amigo ?
Grato.
Não tem online
Estou na Duvida!!
N tenho move! :S
Ainda traz muito a acrescentar na serie, esse é o jogo perfeito para quem não conhece os jogos antigos da serie. Ficou show Shady
Parabéns Shady! Ótima analise!
=)
parabens pela materia shady
Jogar no controle deve ser horrível demais … D:
Joguei esse jogo com emulador Dolphin, sem mouse.
É eu sou maluco.
O jogo é divertido pelo simples fato de retomar as historias antigas de RE.
fraco por ser jogado de uma forma que não combina com a série, deve ser considerado um jogo comum.
Fico na torcida pela venda deste game para que seja relançado RE remake e RE zero eu tenho um xbox mas tanto faz se for lançado para ps3 eu troco meu xbox por um ps3.
RE remake é jogo…
Eu zerei o TUC e estive quase zerando o TDC no Dolphin, mas com o mouse é claro!
Cara foi uma loucura, joguei o RE umbrella chronicles em um notebook… depois de ter jogado RE remake também com emulador travando e tudo, foi um inferno mais vale… principalmente pelo remake… é um ótimo jogo.
Realmente jogar com o controle é um pouco estranho .. principalmente quando tem que mirar pra pegar um item , as vezes o comando não sai de acordo como queremos , mais da pra jogo 🙂
To jogando… Era oq eu esperava. Minhas considerações são sobre os episódios mesmo poderia ter mais coisas do enredo do jogo mas a duração tá ótima, tipo epi do re0 durou 1h ao todo, achei até demorado mas senti falta mesmo foi de mais história ali… é a sensação de um resumão mesmo. E onde eu parei mansão… o sistema de checkpoints se morrer numa parte vc retorna muito atrás. e outras coisas como ter um botão específico pra usar a erva. To jogando com o dualshocky msm n achei grande problema depois de le o texto percebi q o problema msm é q os inimigos só sentem dano em partes específicas.
gente da para jogar com o controle normal é isso?
Dá sim, brother
Shady pq excluiu meu comentário? não foi ofensivo nem nada eu só quis explicar o q aconteceu
Preferi excluir pra evitar mais mimimi, mas eu entendi o q vc quis fazer, não se preocupe.
ok =D
Boa análise Felipe!
Realmente, um modo online seria um adendo e tanto pra essa versão. É bem raro algum sonysta possuir 2 Move. Ja Wii Remote, todo dono de Wii tem no mínimo 2! =)
Pena que o lag inviabiliza isso totalmente =/
ótima análise, Shady! Mas uma pergunta: quantas cópias de TUC e TDC foram vendidas no Wii?
Umbrella Chronicles 1,3 milhão, segundo dados oficiais da Capcom (é o 43o mais vendido da empresa se não me engano). Do Darkside não tem números oficiais, mas segundo o VGChartz, foram 960 mil.
Ótimo artigo Shady!
Eu já joguei a versão de Wii no pc mesmo,com a mira pelo mouse HSAUSHUH mas é um jogo muito bom na minha opinião 😀
Ei Shady graças as suas análises eu decidi comprar um PS3 só por causa desse jogo ( e outros também rsrsrs) !!! Mas uma dúvida, os dois jogos vem juntos ? E como se compra na PSN ???
Os dois jogos vem juntos. Para comprar na PSN brasileira é com cartão de crédito normal, na US vc tem que comprar um cartão de pontos. http://www.selectgame.com.br/guia-de-compras-da-psn-store/
Certo entendi .. valeu 😀
Uma dúvida… Vai ter uma versão desse jogo (ou já tem) em mídia Bluray ou só comprando virtualmente pela PSN?
Tenho pouco espaço no HD e gostaria de economizar coprando a mídia rsrs!
Só no Japão
valeu! 😀
Vou ver se consigo arranjar um HD externo pra ajudar na minha falta de espaco em disco!
Opa Shady tudo bem? Eu tô com muita dúvida sobre esse game e o Darkside Chronicles.
A muito tempo atrás eu joguei todos os três primeiros jogos da série. E desde então nos ultimos 6 anos joguei o 4, e o 5 porem quando eu vejo as custscenes e vejo referencias aos primeiros jogos da série, eu não compreendia muito bem até porque quando joguei os primeiros tinha uns 8 ou 10 anos. E agora já sou mais velho e parece que as boas lembranças desses jogos pelo menos na parte da historia tenho um vácuo bem grande, o pior é que não só os jogos da franquia mas outras franquias clássicas.
Agora direto ao ponto, você acha que eu posso entender o inicio da franquia tranquilamente com os dois jogos?
Desde já, um vrande abraço cara!
Tranquilamente não, os Chronicles são resumos bem mal feitos dos títulos. Dá pra vc entender as linhas gerais, mas se quiser detalhes, melhor pegar os próprios jogos mesmo.
e muito legal jogar the umbrella chronicles no wii. eu tenho o console e pude jogar tranquilamente!!!! mas otima analise felipe realmente sua analise fez jus ao jogo…